segunda-feira, abril 11, 2005

Anna Akhmátova

"Há na intimidade um limiar sagrado,
encantamento e paixão não o podem transpor-
mesmo que no silêncio assustador se fundam
os lábios e o coração se rasgue de amor.

Onde a amizade nada pode nem os anos
da felicidade mais sublime e ardente,
onde a alma é livre, e se torna estranha
à vagarosa volúpia e seu langor lento.

Quem corre para o limiar é louco, e quem
o alcançar é ferido de aflição...
Agora compreendes por que já não bate
sob a tua mão em concha o meu coração. "

(1915)

2 Comentários:

Blogger J disse...

Houvesse estrada que estancasse a passagem para o limiar do nada...
houvesse alma para juntar à perna e esta ao braço e depois juntas fizessem os derradeiros quilómetros nos quais apenas a vontade levita...
houvesse tempo para todas as experiências e uma ciência anónima que caligrafasse a teoria da unificação e o brilho do conhecimento dados aos pobres...
Agora, desenterrar Akmatova, do silêncio com que a mataram, sob suspeita de enclausurar numa concha a mão de um coração...
Respira fundo....Conta até dois, três, quando te virares já sobra uma história para contar das que guardaste na memória

2:44 da tarde  
Blogger Ruiva disse...

"... porque é certo que escrevemos para que nos amem mais."
Alfredo Bryce Echenique

7:38 da tarde  

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