Laranjas Fumadas
O laranjal da nossa avó. Um aroma que nos agarrava ao riso e aos troncos. Não havia modo de nos transtornarem as tardes, de tal modo eramos felizes e as nossas mãos traziam os frutos agarrados.
O cachimbo da nossa avó. A outra. Um odor sério e literário que se compunha de histórias de reis. Uma efabulação criteriosa e cáustica de cada coroa. Aquilino era o autor mais visitado. Nós eramos outra vez felizes e cresciamos à margem das mágoas.
Depois veio a morte e elas morreram.
Vendeu-se o laranjal e apagou-se o cachimbo.
Perderam-se as cabeças e tudo parecia tender a desmoronar-se. Mas não.
Pobres são os que herdaram trapos e ouros, terras e cobres.
Nós vivemos num mundo de frutas e histórias tecido pela voz de duas mulheres que são, ainda hoje, tidas por fabulosas.
O cachimbo da nossa avó. A outra. Um odor sério e literário que se compunha de histórias de reis. Uma efabulação criteriosa e cáustica de cada coroa. Aquilino era o autor mais visitado. Nós eramos outra vez felizes e cresciamos à margem das mágoas.
Depois veio a morte e elas morreram.
Vendeu-se o laranjal e apagou-se o cachimbo.
Perderam-se as cabeças e tudo parecia tender a desmoronar-se. Mas não.
Pobres são os que herdaram trapos e ouros, terras e cobres.
Nós vivemos num mundo de frutas e histórias tecido pela voz de duas mulheres que são, ainda hoje, tidas por fabulosas.
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