segunda-feira, abril 25, 2005

Estado Lírico

Decididamente não consigo afastar-me desta idade lírica, assumir o meu estado épico, balzaquiano, operático, wagneriano, sarcástico e tétrico. Fico-me pelo entredentes do cinismo e os floreados campais, as letras minúsculas, os nomes impróprios. Não me vejo lado a lado com palavrões sombrios: como Trevas, Morte, Tudo...às vezes arrisco-me no Futuro e gosto, sobretudo, da invisibilidade vertical do Silêncio. Tudo o mais é imenso, é demais. Se calhar devia começar a treinar ser em conformidade com a minha idade, fazer condizer o que digo com letras de forma, com um léxico mais assenhorado. Não consigo. Ainda prefiro ribeirinho a Meu Amado, saia de chita a brocado e com este texto estou, decididamente, no sítio errado.

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