segunda-feira, dezembro 13, 2004

Formigueiros


Longos foram os nossos verões e insustentáveis.
Onde iremos, agora, buscar forças para atravessar a friagem dos nossos invernos?
A vida tem estações assim, onde só apetece parar de ser.
Subitamente e por respeito aos sonhos que não merecemos nunca.
Não sentes isso?
Que andamos a morrer, indignamente, a cada estação,
perseguidas por uma obstinada predestinação?

2 Comentários:

Blogger J disse...

Resumo: Conhecer os verões e sustentar os invernos.
Errado, nada nos diz que os invernos se seguem miserávelmente aos verões. A ordem, por vezes arbitrária, é tantas vezes corruptível, outras tantas corrupta, como se simplesmente houvesse um gajo que, tranquilo, joga aos dados os nossos humores.
Por cada morte, teimemos em plantar qualquer coisa que medre. Por respeito aos sonhos que alimentaram os verões perpétuos e os predestinados invernos que anuncias, como se imobilizada te quedasses numa estação de serviço.

3:17 da tarde  
Blogger Ruiva disse...

Os verões... O universo... Será que é ele que nos contêm, ou seremos nós, impios seres -perdedores de todas as partidas- que insistimos de o encerrar em nós? E depois, depois, lá vêm as nebulosas, os buracos negros -que insistem em ingulir as luzes das nossas vidas, escarrando nelas, e fazendo-nos esquecer que elas já fizeram parte dos nossos fluidos vitais (ah! sangues, de outras vidas encerradas nestas, que já foram quentes!). E os buracos negros, invernos frios e viciantes de egos que não se lembram de outros estados e estações mais quentes, fazem-se depressões, e talvez um dia ao pó retornem, porque às estrelas nunca mais... Perdemos direito a elas, somos pequenos....

7:04 da tarde  

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