A Película dos Dias
Olho para o espelho e vejo uma estranha criatura. Quem ali se reflecte não sou eu. Eu sou a rapariga das fotografias que o meu avô tirou e não quis ficar por lá e desatou a viver em contratempo.
Acho que é por isso que a minha melancolia e a minha alegria andam sempre juntas, como a película e os dias.
Não tenho mais que a idade com que tentaram prender-me num ponto fixo e a preto e branco.
Não a tenho, porque não a entendo, porque não a sinto onde sentir é um pensamento.
Não é uma questão de não querer envelhecer, uma teimosia inútil e fútil.
É como se máscaras e máscaras de tempo se tivessem acumulado sobre a escultura original que eu sou e que à superficie dos espelhos e aos olhos dos estranhos surgem como sendo eu.
Minto: que aos olhos dos outros surgem como sendo eu.
Olho para ti e vejo-me uma estranha criatura...acho que é por isso a minha melancolia.
Acho que é por isso que a minha melancolia e a minha alegria andam sempre juntas, como a película e os dias.
Não tenho mais que a idade com que tentaram prender-me num ponto fixo e a preto e branco.
Não a tenho, porque não a entendo, porque não a sinto onde sentir é um pensamento.
Não é uma questão de não querer envelhecer, uma teimosia inútil e fútil.
É como se máscaras e máscaras de tempo se tivessem acumulado sobre a escultura original que eu sou e que à superficie dos espelhos e aos olhos dos estranhos surgem como sendo eu.
Minto: que aos olhos dos outros surgem como sendo eu.
Olho para ti e vejo-me uma estranha criatura...acho que é por isso a minha melancolia.